Será um vexame para todos os clubes do Brasil se o São Paulo for quatro vezes campeão seguido. Esse é o sentimento generalizado entre as grandes equipes brasileiras. Principalmente as paulistas.
Dirigentes de Corinthians, Palmeiras e Santos se aproximaram muito depois da criação do G4. O G4 é uma entidade que representará os maiores clubes de São Paulo.
E nos vários encontros, ficou claro que Andres Sanches, o suspenso Belluzzo e Marcelo Teixeira se sentem desconfortáveis com essa superioridade do vizinho do Morumbi.
Nenhum deles assume publicamente. Conversam com seus conselheiros de mais confiança. Desde a briga envolvendo o Morumbi, o Corinthians é mesmo o clube mais incomodado com o São Paulo. A situação transcende o mero título brasileiro de 2009.
A briga tomou outro vulto. Envolvia até o sonho da construção de um estádio para a Copa de 2014. Seria sensacional para o Corinthians se o Morumbi fosse vetado e o governo central ajudasse a ser erguido um novo estádio na Capital. Assim, o clube também se livraria do Pacaembu. E depois do Mundial o utilizaria. Mas o plano deu errado. O Morumbi já está confirmado para a Copa. Ainda não para a abertura, mas será utilizado no Mundial, palavra do presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Essa confirmação provou a ira não só dos corintianos, mas dos palmeirenses e santistas. Com a confirmada reforma de R$ 400 milhões no Morumbi, o São Paulo dará um salto enorme acima da concorrência. O dinheiro que a arena multiuso trará fará com que o dinheiro possibilite conquistas ainda mais frequentes.
Por isso, se fosse possível evitar a conquista do Brasileiro de 2009 seria o ideal. Só que, por exemplo, ninguém na diretoria corintiana admite medidas extremas. Como entregar a partida contra o Flamengo, em Campinas. Andres já falou a conselheiros que ‘isso seria ridículo’. O clube ficará apenas na torcida. A rivalidade é tanta que haveria menos dor de cabeça no Parque São Jorge se o campeão fosse o Palmeiras. Mas o ideal é que o título ficasse em outro estado.
No Palmeiras é quase a mesma coisa. Com a grande diferença é que o time de Muricy esteve na frente muito tempo e perdeu a liderança para o ex-clube do treinador, que sabe a força do clube do Morumbi e externa o seu sentimento com um misto de raiva e realidade.
Se deixar chegar, eles ganham mesmo.
Particularmente para Muricy será uma derrota pessoal, a quarta conquista tricolor. Ficaria claro que a fórmula para os títulos estaria com o clube e não com o treinador. Os jogadores também estão incomodados com essa superioridade do time do Morumbi. Só não escancaram. Afinal, estiveram cinco pontos à frente e agora lutam para tentar não deixar o clube rival fugir na liderança.
Em Minas Gerais, o sentimento é diferente. Dirigentes do Atlético Mineiro querem terminar o Brasileiro na frente do Cruzeiro e, se possível, o Flamengo não seja o campeão. A rivalidade dos atleticanos já dura décadas com o clube carioca. E foi reaquecido com a derrota recente no Mineirão. Os dirigentes do Cruzeiro não se alteram. Estão felizes por ter conseguido reerguer o time durante o Brasileiro depois da traumática derrota na final da Libertadores. A sensação é de indiferença. Já que eles têm a certeza que o Atlético Mineiro não chegará nem perto do título.
No Rio de Janeiro, as diretorias de Fluminense e de Botafogo lavam as mãos para o campeão brasileiro. A preocupação é tentar se salvar. Mesmo se o Flamengo vencer, não há tanta dor. Basta não ser rebaixado. Tanto que a imprensa carioca tentou várias vezes acirrar as rivalidades, mas o importante para Fluminense e Botafogo é ficar na Série A e não o Flamengo. A diretoria rubro-negra não gostaria que o São Paulo fosse novamente campeão. Mais por orgulho do que qualquer coisa. O time paulista se isolaria ainda mais como o clube a mais vencer Brasileiros da história. O São Paulo atingiria a sétima conquista e o Flamengo (contando a Copa União, de 1987) tem cinco títulos nacionais.
No Rio Grande do Sul, os dirigentes do Internacional e do Grêmio estão amargurados. Investiram forte e tinham a certeza de que seriam campeões. O Grêmio, em nono, se mostra desolado depois da passagem do técnico Paulo Autuori. E os dirigentes do Internacional ainda nutrem uma pequena esperança de título. Mas se chegaram até a Libertadores estará ótimo. Ninguém se manifesta contra um clube específico. Estão preocupados em lamber as próprias feridas. Mas citar o nome São Paulo prova irritação. Ninguém quer admitir tantos títulos seguidos.
O balanço é claro. Neste Brasileiro de tantos altos e baixos, o São Paulo é o clube que a maioria não gostaria de ver dando volta olímpica novamente. Rogério Ceni erguer a taça mais uma vez doeria muito. Principalmente no Parque São Jorge e no Palestra Itália...
Fonte: r7 edição: portalesp
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários passam por um sistema de moderação, ou seja, eles são lidos por nós antes de serem publicados.
Não serão aprovados os comentários:
* não relacionados ao tema do post;
* com palavrões ou ofensas a pessoas e marcas;
* comentários anônimos, falando mal de alguém.