23 de março de 2010

ONG Norueguesa visitão São João do Arraial e conhece projeto ao agro-extrativismo

Por Christianne Melo

A semana começou com visitas em São João do Arraial. Representantes das empresas Centroflora, Vegeflora e da ONG norueguesa Fest A. S. estiveram no município e conheceram os projetos de jaborandi e os produtos oriundos do extrativismo vegetal do babaçu realizados na região. O objetivo da visita é conseguir investimentos a essas atividades, voltadas à pesquisa, à tecnologia e à geração de renda.

A visita teve início na sede da Projeto de Valorização do Jaborandi, em Matias Olímpio. De lá, a equipe veio para São João do Arraial e fez sua primeira parada no Banco dos Cocais onde foram recepcionados pela equipe do banco, pelo prefeito Francisco Limma e pela primeira dama do município Rejane Tavares.

Na Escola Família Agrícola dos Cocais (EFA COCAIS), a equipe conheceu a estrutura e as atividades produtivas da escola, em especial, o projeto de mudas de jaborandi. A expectativa é que a EFA Cocais produzam e distribuam 10 Mil mudas da planta para serem transplantadas na região, no qual os próprios alunos da EFA Cocais fizeram o levantamento e os cadastramentos das regiões com potencial agrícola para as mudas.

Ainda na EFA Cocais, os visitantes degustaram diversos pratos feitos à base de mesocarpo do babaçu como o bolo, o creme de galinha, os biscoitos e o “babalate” e ainda tiveram uma pequena explicação sobre as propriedades da matéria-prima que é rica em fibra e amido e não contém glúten, o que pode ser uma alternativa viável às pessoas alérgicas a esta substância.

De lá, a equipe se dirigiu à Câmara de Vereadores onde assistiram a apresentação da proposta de criação de uma cooperativa agro-extrativista que terá como base as cadeias do babaçu, da carnaúba e outras palmeiras como o tucum, o buriti e o bacuri.

A proposta foi apresentada pela coordenadora da GTZ e primeira dama do município Rejane Tavares e traz como parceiros o Incra, o Consórcio Intermunicipal do Território dos Cocais (CITCOCAIS), o Centro de Educação Popular Esperantinense (CEPES), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Vegeflora, Instituto Floravida e demais organizações interessadas no desenvolvimento e valorização do extrativismo do Território dos Cocais Piauiense.

Segundo Rejane, a cooperativa agro-extrativista “vem com uma nova visão de desenvolvimento onde a valorização é aliada à educação, resultando na educação ambiental e em geração de emprego e renda a milhares de pessoas em pelo menos quatro estados” – Piauí, Pará, Tocantins e Maranhão.
 De acordo com o projeto, a cooperativa atuará nas seguintes linhas de ação:
 1.    instituição, levantamento de dados e construção de um escritório local;
 2.    assistência técnica ao agro-extrativismo realizado por alunos da EFA Cocais;
 3.    aquisição de equipamentos e transporte;
 4.    elaboração de um plano diferenciado de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Agro-extrativista;
 5.    Áreas de saúde, educação e lazer vinculadas ao CITCOCAIS como parceria e envolvimento das prefeituras do território.

"Esse é mais um passo que se é dado para a efetividade do plano de desenvolvimento sustentável do Território dos Cocais e para a valorização das riquezas locais. Acreditamos que o caminho é integrar diversas frentes operacionais para que todo o processo seja funcional e o resultado seja positivo. Não adianta investir apenas em uma área, mas no processo como um todo, desde o planejamento do projeto até a venda dos produtos”, disse o prefeito Francisco Limma, que também é presidente do CITCOCAIS e membro do conselho gestor do Plano de Desenvolvimento Territorial Integrado e Sustentável - PDTIS do aglomerado 3 do Território dos Cocais.

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