17 de abril de 2010

Pesquisa para "ouvir" as bases do PMDB

O governo que fique de orelha em pé: o presidente regional do PMDB, deputado federal Marcelo Castro, anunciou ontem a decisão do partido de contratar um instituto para realizar uma pesquisa interna. Com isso, a direção pretende auferir o sentimento da base partidária em relação à sucessão estadual.

Em outras palavras, o PMDB pretende escutar as suas lideranças sobre as alianças para as eleições deste ano. O impasse se dá porque, mais uma vez, o partido está dividido. Uma ala quer se manter a qualquer custo no governo e apoiar a candidatura do governador Wilson Martins; outra, quer se aliar ao senador João Vicente e mais outra está num pé e noutro para pular para o palanque do ex-prefeito Sílvio Mendes.

Ora, nas eleições de 2006, o PMDB se encontrava nessa mesma encruzilhada: uma banda queria candidatura própria, com o lançamento do senador Mão Santa ao governo, e a outra brigava para votar na reeleição do governador Wellington Dias. A decisão foi para a convenção. O grupo governista perdeu a parada.

Mesmo assim, o candidato vitorioso na convenção, o senador Mão Santa, não contou com os votos dos derrotados, que preferiram fazer campanha pelo governador Wellington Dias. Dessa forma, o PMDB foi para a campanha como estava antes da convenção: rachado. Irremediavelmente rachado.

Naquela ocasião, o PMDB não quis ouvir as bases. Por que esse interesse agora? Porque está clara a vontade de suas lideranças de saltar fora do barco governista. A pesquisa interna é apenas um pretexto, pois a pesquisa que mexe realmente com os peemedebistas é a de intenção de voto para governador.

Ao longo das últimas eleições, o PMDB vem perdendo continuamente a sua capacidade de luta e suas bandeiras. Ao mesmo tempo, o grupo que comanda o partido consegue desenvolver e aperfeiçoar um pragmatismo que lhe indica sempre o caminho da vitória.

Esses peemedebistas, com aguçado instinto de sobrevivência, estão apenas querendo ganhar tempo, para saber com segurança em que direção sopram os ventos da vitória.

Zózimo Tavares

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