16 de junho de 2010

Audiência na Alepi discute Direitos da Mulher Vítima de Violência

Na manhã desta quarta-feira (16) foi realizada na Assembleia Legislativa do Piauí - Alepi uma audiência para discussão do estágio atual da prevenção e proteção dos Direitos da Mulher em relação aos crimes de violência doméstica. A audiência foi proposta pela União das Mulheres Piauienses – UMP. Estiveram presentes ainda representantes de entidades como ADH, SASC, SAMVIS, SEDUC, Delegacias da Mulher, entre outras.

Segundo a coordenadora da UMP, Maria Lúcia, a audiência foi solicitada em decorrência de muitas falhas ao atendimento da mulher vítima de violência. “Estamos aqui para pedir mais atenção às mulheres vítimas de violência em nosso estado. Várias mulheres tem nos procurado na UMP relatando que não estão recebendo atendimento adequado nas delegacias. A gente sabe que diversos órgãos estão sendo criados em defesa dessas mulheres, mas infelizmente não estamos vendo resultados”, relata Lúcia que diz ainda que é preciso haver bom senso de todos para essa luta.

Para a dirigente do SAMVIS – Serviço de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sexual, Dra. Maria Castelo Branco o maior problema enfrentado hoje no órgão é a falta de profissionais qualificados. “É um absurdo o que acontece no IML, não há profissionais especializados como médicos periciais. Além disso, os atendimentos acontecem dia sim, dia não porque os profissionais trabalham em regime de plantões. Se houvesse ao menos uma ginecologista lá, já resolvia o problema. Isso não é uma questão de urgência, mas sim de emergência”, destaca a Dra. Maria.

Respondendo as críticas da UMP, a Delegada Vilma Alves, responsável pela Delegacia da Mulher do centro de Teresina falou sobre a realidade enfrentada pelo órgão quanto ao atendimento à mulher. “Entendo perfeitamente as críticas que recebemos. Nós só temos 3 delegadas que atendem as mulheres vítimas de violência. Além disso, minha delegacia está em um novo prédio que inviabiliza um melhor atendimento, e sem contar que estamos com um número reduzido de funcionários. Antes, éramos 32, hoje nós somos apenas 11 lá na delegacia. Outra questão que eu já briguei e muito, é que agora nós só podemos trabalhar de 7h da manhã às 18h da tarde, isso não existe! É um absurdo! Mas, apesar dessas dificuldades procuramos fazer nosso trabalho da melhor maneira possível”, afirmou a delegada.

Ainda segundo a delegada, é preciso que se construa uma casa que abrigue às mulheres vítimas de violência proporcionando maior segurança as mesmas. Hoje, em Teresina, o que existe é apenas uma “Casa de Passagem”, que serve apenas para as mulheres dormirem.

Representando a presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Alepi, a assessora parlamentar da deputada Ana Paula e secretária geral do PMDB Mulher, Patrícia Gomes afirmou que essa audiência deve ser apenas o passo inicial para novas reuniões. “Audiências como essa devem acontecer mais vezes sem dúvida. É fundamental esse momento, em que se discuti com diversas entidades ações que viabilizem com respeito o enfrentamento dessas mulheres contra seus agressores. Essa integração das entidades é ainda mais relevante porque possibilita mais soluções e mostra o comprometimento com que trabalhamos em defesa das mulheres”.

Como a deputada Ana Paula não pode participar da audiência por motivos de problemas de saúde, em seu lugar esteve a vice-presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Alepi, a também deputada estadual Lílian Martins, que durante a audiência pediu um relatório de cada entidade para saber o que cada órgão tem feito e está fazendo em prol dos direitos da mulher. “Esse relatório é importantíssimo até para que haja um maior conhecimento de todos sobre essas ações. A Comissão visa otimizar o trabalho daqueles que defendem os direitos das mulheres que sofrem violência. Essas mulheres querem o básico que todo ser humano tem direito: respeito e segurança”, finalizou a deputada.

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