5 de julho de 2010

Sepulcros caiados na política

Esta semana começa a campanha eleitoral autorizada pela justiça, quando os candidatos terão a oportunidade de nos mostrar que são os melhores e os mais preparados para assumir os cargos pretendidos.

Um professor me disse, certa vez, que não sabia em quem votar, pois todos os candidato são bons. Referia-se ele, ironicamente, às técnicas de propaganda que são utilizadas, em muitas oportunidades, de modo a esconder as limitações dos concorrentes e destacar somente seus pontos positivos. Mais grave ainda é quando ocorre a montagem de uma personalidade completamente diferente da realidade comportamental do candidato, que elabora uma farsa na tentativa de ludibriar o eleitor. São como sepulcros caiados, limpos por fora e cheios de podridão por dentro.

Sorrisos fartos, beijos em crianças, abraços em "populares", são algumas das condutas, muitas vezes hipócritas, usadas para conquistar votos. Além disso, o material de divulgação deve ser impecável e diversificado. Muita maquiagem e recursos de informática são utilizados para corrigir “imperfeições” nas imagens, comparadas a verdadeiras máscaras para esconder tendências íntimas.

Nos debates, os que optam pelo fingimento, agem metodicamente após exaustivos treinos e orientações precisas de estudiosos do comportamento humano. Evitam falar em temas polêmicos para não desagradar parcelas do eleitorado e de medidas enérgicas que possam tomar para "tentar" resolver os problemas sociais.

Sem questionar a capacidade de sedução dos profissionais da propaganda, grande parte do eleitorado é presa fácil destas armadilhas, pois ainda é muito influenciada pela aparência e não toma as precauções necessárias para aprofundar o conhecimento sobre o pretendente a cargo eletivo. O desinteresse em pesquisar um pouco mais sobre o candidato indica tendências egoístas de alguns eleitores, pois a negligência é falta de compromisso com o coletivo.

Neste mundo de provas e expiações quase todos usamos alguma máscara e escondemos intenções e pensamentos que nos envergonhariam ou dificultariam alcançar uma pretensão. Com o uso da hipocrisia, muitos preferem apenas parecer ao invés de ser, de modo a conseguir, em troca, aceitação, admiração ou inveja, recompensas passageiras que se esvaem com o corpo físico, ou mesmo antes da desencarnação, quando caem as máscaras.

O homem e a mulher de bem têm necessidade da auto-educação para se tornarem autênticos, em nome do progresso individual e coletivo, mesmo que não agrade a todos, mas que possibilite andar de cabeça erguida e conquistar a paz interior.

Por causa das técnicas de manipulação e marketing não temos como ter absoluta convicção se um candidato é, autenticamente, bom. A única certeza que podemos ter é se votaremos com a melhor das intensões: o bem comum. Desta forma, a lei de causa e efeito atuará, fazendo o bem sair do bem. Assim, escolheremos bons representantes ou, pelo menos, ficaremos de consciência tranquila por estarmos fazendo a nossa parte.

Por Marko Galleno

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