3 de agosto de 2010

Harry Borges, o graffiteiro


Em forma simples e eficiente de despertar a sociedade para os dramas da existência humana, o graffite ganha reconhecimento pelo mundo afora.

Dentre as mais variadas formas de expressões artísticas, o GRAFFITE pode chamar a atenção pela forma como é apresentado ao público. Presentes geralmente nas paredes e muros das grandes metrópoles do mundo, a prática do graffite vem ganhando reconhecimento como legítima arte. Em São Paulo é possível se apreciar grandes exemplos dessa modalidade de arte, principalmente nos inúmeros pilares do MINHOCÃO, o elevado Costa e Silva. Destacamos como praticante do graffite o jovem paulistano HARRY BORGES DA SILVA.
Professor de Educação Artística formado pela Faculdade Paulista de Belas Artes, Harry Borges, 24 anos, se dedica à prática do graffite por vocação. Harry faz muitos trabalhos voluntários com a finalidade de expor suas habilidades no campo do graffite. Vi Harry Borges pintando um grande mural na Avenida da Consolação, bem próximo ao Minhocão.

Origem do movimento

Geralmente os movimentos mais ousados no campo das artes têm origem na Europa ou nos Estados Unidos. As raízes do graffite são encontradas no grande movimento contracultural ocorrido na França. Durante o mês de maio de 1968, os muros da cidade de Paris foram usados para inscrições de protesto político. Desde então, o graffite começou a se expandir pelo mundo. Nos Estados Unidos, a cidade de Nova York recebeu o movimento originado em Paris e lhe deu aprimoramento.

Segundo Harry Borges, "em meados das décadas de 1960 e 1970, no bairro do Bronk's em Nova York havia muitas gangs que brigavam bastante quando se reuniam. No meio dessa turma um mandava um som, outro dançava enquantro outros pixavam as paredes para marcar território. Como os resultados dos encontros eram sempre para brigar e todos saiam na pior, os membros das gangs decidiram resolver suas diferenças através da dança. Disputavam o território através da dança. Os dj's locais comandavam o som e os mc's (cantores de rap) disputavam através de rimas como fazem os repentistas. Conforme o tempo foi passando, o que não passava de habilidades adotadas por gangs foi adquirindo força e traços artísticos. A pixação usada em manifestos políticos foi se transformando, ganhando mais vida, cores... No movimento graffite só existiam letras, quase não se via desenhos."

Ainda segundo Harry, "no Brasil a pixação surgiu na época da ditadura militar como forma de protesto. Com o passar do tempo os graffiteiros locais foram se aprimorando em técnicas pessoais, o que faz o graffite brasileiro ser único no mundo."
A pintura

O trabalho de Harry Borges na Avenida da Consolação no Centro de São Paulo pode ser interpretado de várias maneiras, mas parece ser uma alusão ao estado crítico do povo indígena perante à sociedade brasileira dominante. No centro da pintura, uma índia em estado de humilhação cruza os braços e baixa o olhar, enquanto à frente corre um homem armado. Como consolo uma mão estanha oferece à índia um parafuso. Uma mensagem diz: IGUALDADE, E RESPEITO... PAZ.

Visite a página do Harry Borges: www.eflog.net/harry

Sobre o Colaborador:

Paulo Machado Paulo Machado é um esperantinense que mora em São Paulo e é um grande colaborador deste portal. E-mail: paulomachado963@gmail.com

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