23 de setembro de 2009

ESPERANTINA FOI TEMA DE EXPOSIÇÃO NA ESCOLA



No seu aniversário de 86 anos, a cidade foi tema de uma grande feira cultural na Unidade Escolar Leonardo das Dores

Muitas escolas brasileiras realizam anualmente uma amostra cultural centrada nos mais diversos temas. Trata-se portanto de uma grande festa onde alunos e professores expõem para o público coisas muito importantes relativas à vida. Em 2006, a escola estadual Leonardo das Dores realizou pela primeira vez esse tipo de evento, o qual foi bem-sucedido.

Para a escola era um desafio realizar uma feira cultural pela primeira vez, pois esse evento exige investimento, muito trabalho e planejamento. Tudo tinha que ser muito bem elaborado para se obter o devido êxito. Assim foi decidido que o tema da feira seria a própria cidade em todos os seus aspectos. Então o evento foi realizado no dia 1 de dezembro de 2006 com o seguinte tema: ESPERANTINA EM PERFIL 86 ANOS



Detalhes do projeto da Feira Cultural elaborado pela escola

“O município de Esperantina  é reconhecidamente um dos mais importantes do Piauí, sua economia representa a oitava maior do Estado. Conta com grande potencial em vários setores, seja ele econômico, político ou social. Porém, o que se percebe em primeiro plano é um total desconhecimento dessa potencialidade por parte de sua população. O trabalho proposto tem como meta principal a pesquisa e a análise dos resultados das seguintes temáticas direcionadas ao município de Esperantina:

Como a potencialidade econômica é aproveitada.
Apresentação da sua estrutura e organização sócio cultural.
Identificação das principais religiões e seus aspectos mais relevantes.
Um resgate do seu aspecto histórico-político.

JUSTIFICATIVA

O município de Esperantina está localizado na microrregião do Baixo Parnaíba Piauiense, compreendendo uma área irregular de 922,38 km2, tendo como limites ao norte os municípios de Joaquim Pires e Morro do Chapéu do Piauí. Ao sul Barras, Batalha e Campo Largo do Piauí. A sede municipal tem as coordenadas geográficas de 03 54' 07” de latitude sul e 42 14' 02” de longitude de Greenwich. Esperantina está localizada a 174 km ao norte de Teresina.

A população, segundo o Censo 2000 do IBGE era de 34.094 habitantes ( mais de 37 mil habitantes, estimativa para 2009). Tem uma densidade demográfica de 36, 94 hab/km2, onde 61% da população  reside na zona urbana e 39% das pessoas estão na zona rural. É a maior população urbana da região. Com relação à educação, 66, 2% da população acima de 10 anos de idade são alfabetizadas. A agricultura praticada é predominantemente a de subsistência. O gado é criado basicamente solto no pasto. O município conta também com algumas unidades industriais, além de ser um centro regional na área da educação, setores administrativos, saúde e comércio.
O projeto aqui proposto se justificou, por se tratar de uma pesquisa realizada em um ambiente educacional envolvendo alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio.  Os objetivos traçados buscaram um aprofundamento no conhecimento de toda a potencialidade e deficiências existentes no município, onde procuro-se apontar sugestões para o melhor aproveitamento do seu potencial.

EIXOS TEMÁTICOS

Aspecto econômico:
Pecuária, agricultura, indústria, comércio, turismo, transporte, piscicultura, artesanato e construção civil.

Aspecto sócio-cultural:
Literatura esperantinense, educação formal, lazer, esporte, gírias, teatro e música.

Aspecto histórico-político:
Fundação do município, símbolos cívicos, Leonardo das Dores (vulto histórico), conflitos sociais, sistema político governamental, movimentos sociais e momento político atual.

Aspecto religioso:
Cultos religiosos, Igreja Católica, Assembléia de Deus, Igreja Batista, Igreja Universal do Reino de Deus, Testemunhas de Jeová, Igreja Quadrangular, Igreja Adventista, Espírita, Pentecostal, Igreja Internacional da Graça, Igreja Cristã no Brasil, Umbanda.

METODOLOGIA

O desenvolvimento do projeto foi norteado nas seguintes etapas: sensibilização, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e apresentação dos resultados.

 CRONOGRAMA

Sensibilização: 06 a 10 de novembro de 2006.
Pesquisa bibliográfica e de campo: 13 a 24 de novembro de 2006.
Apresentação dos resultados: 27 a 30 de novembro de 2006.
Exposição na feira: 01 de dezembro de 2006.

RECURSOS

Humanos: alunos, professores, direção e coordenação.
Materiais: livros didáticos, mapas específicos, câmera fotográfica, filme, filmadora, fita de vídeo, caderno de anotações, estandes, papel madeira, TV e vídeo, sistema de som, pincéis e cartolina.

AVALIAÇÃO

Teve como principal critério a observação, onde foram considerados os seguintes aspectos:
O empenho e desempenho do corpo docente e discente na sensibilização e execução do projeto.
A análise dos dados coletados pesquisa bibliográfica.
A postura dos alunos e professores na realização da pesquisa.
A apresentação dos relatórios, recursos audiovisuais exposição das estandes.
O trabalho valeu 5 pontos por cada disciplina.”

REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA

Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade/ Suely Ferreira Delandes, Otávio Cruz Neto, Romeu Gomes, Maria Cecília de Sousa Minayo (organizadora). Petrópolis – RJ. Vozes, 1994.

Projeto Cadastro de Fontes da Abastecimento por Água Subterrânea, Estado do Piauí, Diagnóstico do município de Esperantina. Robério Bôto de Aguiar, José Roberto de Carvalho Gomes. Fortaleza – CE, 2004.
Obs: Esta foi parte do conteúdo do projeto que recebemos para a feira cultural, elaborada pela diretoria da escola Leonardo das Dores.



O SUCESSO DA FEIRA CULTURAL

Um grande público, a maioria formado por 27 escolas das redes municipal, estadual e privada compareceram à Unidade Escolar Leonardo das Dores. O livro de visitas foi assinado por 1.693 pessoas. Nem todo mundo que compareceu assinou esse livro e estima-se que mais de 3 mil pessoas compareceram a essa feira cultural. A exposição ocorreu pela manhã, tarde e noite. Em 2006 a Unidade Escolar Leonardo das Dores tinha mais de 800 alunos cursando o Ensino Fundamental e Médio.

UM GRANDE INÍCIO

Nessa ocasião eu também era aluno da escola Leonardo das Dores, estudava no período da tarde. Eu já desenvolvia um projeto nas escolas de Esperantina preenchendo diplomas com caligrafia artística à bico de pena. Eu já era conhecido por conta desse projeto, no qual eu fazia uma adequada campanha de divulgação, distribuindo panfletos e cartazes, além de ir pessoalmente em cada sala de aula. Todos pensavam que eu vinha de um lugar distante, pois era comum ao longo do ano aparecer vendedores de livros nas escolas que vêm de outros Estados.

A direção da escola já tinha elaborado todo o projeto para a feira cultural, faltava apenas a criação de uma arte para a divulgação do evento. Um dia, durante as aulas me pediram para comparecer à diretoria. O coordenador pedagógico Paulo Afonso Mesquita e a diretora Elisaldete Taquary queriam falar comigo. Então recebi a missão de criar uma arte exclusiva para a feira cultural. Recebi essa tarefa com muita empolgação, afinal, eu já fazia um curso de publicidade e era uma oportunidade dourada para eu exteriorizar o meu aprendizado nessa área. Recebi um relatório do projeto e depois de dois layouts consegui a aprovação para criar a arte de divulgação da feira.

MINHA PRIMEIRA CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA

A arte que criei retratou fielmente o município de Esperantina em todos os âmbitos. Desenhei o mapa do Brasil, contendo o Piauí e uma estrela, da qual sai uma faixa em crescimento contendo ícones de Esperantina, como a Cachoeira do Urubu, palmeiras de babaçu e carnaúba, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Esperança, a qual inspirou o nome da cidade. Contém ainda um boi, o marco da colonização do município. A arte contém ainda outras coisas, como várias pessoas na base do mapa, representam a sociedade. Contém ainda símbolos da expressiva atividade cultural de Esperantina.

Foi a primeira vez que vi uma criação minha ser amplamente divulgada, pois a mesma foi impressa em panfletos, banner e nas camisetas. No dia da feira fiquei até um pouco sem graça, pois meu nome estava em todo lugar. Tudo aquilo era novo para mim, mas sabia que devia aceitar aquela realidade, afinal era aquilo mesmo que eu tanto buscava. Tive que aprender desde então a conviver com  elogios, críticas e assédios, coisas inerentes a toda pessoa que se expõe por meio de sua arte.

Logo em seguida à feira cultural eu tive uma nova e surpreendente descoberta: a minha vocação para o jornalismo ! Tive uma ávida inspiração para criar um jornal para divulgar a feira e todos os meus projetos na área da publicidade. Na escola eu era visto como um aluno excêntrico, talvez muitos até pensassem mesmo que eu tinha algum distúrbio mental, afinal eu era o único a fazer aquelas coisas. Muitos me incentivavam, mas também eram inúmeras as pessoas que acreditavam que eu estava desempenhando algo em vão.

Três anos se passaram e muita coisa mudou na vida de todas as pessoas que fizeram a feira cultural ESPERANTINA EM PERFIL 86 ANOS. O  sentimento de nostalgia vem à tona ao recordarmos tudo isso, é um tempo que não voltará nunca mais, entretanto foram experiências necessárias para chegarmos onde nos encontramos hoje. Podemos ainda comparar todos aqueles alunos como filhotes de pássaros que estavam se preparando para deixar o ninho e fazerem seus primeiros vôos perante as experiências da vida. Foi uma época de convivência em comunidade, mas que logo teve fim e muitas pessoas não se viram mais. Tudo isso faz parte da existência humana, pois a vida pode ser comparada como uma viagem numa estrada com muitas estações: podemos parar por um momento em muitas delas, mas depois temos que prosseguir com a nossa viagem até cumprirmos totalmente a nossa missão.

Vejas as fotos da feira cultural AQUI

Por Paulo Machado


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