SÃO PAULO, A CAPITAL DOS BANDEIRANTES E DOS ÍNDIOS

Na capital paulista os índios desapareceram, mas ficaram grandes homenagens.

Há quase 500 anos uma grande mudança acontecia com a chegada dos colonizadores europeus. Até então essas terras tropicais eram um verdadeiro paraíso e seus donos viviam em completa harmonia com a natureza. Mas chegou o homem branco... Vindo da Europa, principalmente de Portugal, esses homens brancos se achavam superiores aos nativos da terra a qual eles acabavam de descobrir. Portugal por ser um país muito pequeno, na época já se encontrava saturado de recursos naturais e esse fator foi um dos motivos que levou os portugueses a sairem na vanguarda das navegações marítimas. Encontrar novas terras para explorar era uma quetão de sobrevivência para Portugal. A "cobiça" era o lema do colonizador branco que invadiu a terra onde seus nativos viviam em paz e harmonia.

Todo esse processo histórico deu origem a um gigante chamado BRASIL... e também a uma megalópole conhecida pelo nome de SÃO PAULO... que nasceu da fundação de um colégio feito por padres jesuítas com a finalidade de catequisar os nativos da terra, os quais o chamaram de  ÍNDIO, pois quando Pedro Álvares Cabral aportou em Porto Suguro - Bahia no dia 22 de abril de 1500, ele pensava ter chegado às Índias, o destino de sua viagem.

A triste história dos índios e os colonizadores todo mundo conhece: em nome da cobiça quase tudo se acabou, primeiro se foi o pau-brasil, mais tarde o ouro eo diamante. O homem branco quase que fez desaparecer os nativos desse paraíso tropical, os índios foram expulsos de suas terras e muitos foram mortos. Era de São Paulo que saiam os bandeirantes que adentravam os sertões com o objetivo de capturar índios para vendê-los como escravos para as ricas fazendas do Nordeste. Dentre vários bandeirantes se destacaram Domingos Jorge Velho e Anhanguera. Os bandeirantes também procuravam ouro e pedras preciosas.

Grandes homenagens

Hoje as homenagens aos nativos da terra chamados de ÍNDIO se fazem presentes em toda a cidade de São Paulo. Os paulistanos se habituaram a falar diversas palavras da língua tupi-guarani, a principal dos nativos indígenas, que se tornaram nomes de ruas, bairros, rodovias e até cidades que integram a região metropolitana. Em São Paulo todo mundo conhece bairros como Morumbi, Moema, Tatuapé, Tucuruvi, Itaquera e  Jaraguá. Rios como Tietê, Anhangabaú e Tamanduateí também fazem parte do vocabulário e da geografia de São Paulo. O ponto mais elevado da cidade se chama PICO DO JARAGUÁ, o qual é um parque ambiental e pode ser visto de quase toda a cidade. A moderníssima Rodovia Anhanguera liga São Paulo à Campinas. Existe também a Rodovia dos Bandeirantes que liga São Paulo ao interior do Estado. O PARQUE DO IBIRAPUERA éo maior e mais famoso de São Paulo. Ligadas a São Paulo estão as cidades de Barueri e Itapevi. Barueri na língua tupi significa "flor vermelha que encanta". PALÁCIO DOS BANDEIRANTES éa sede do governador de São Paulo.

Diversos monumentos em alusão à cultura indígena podem ser encontrados em São Paulo. Uma escultura muito interessante pode ser encontrada e apreciada na avenida Vieira de Carvalho, em frente à Praça da República, no Centro. É o ÍNDIO CAÇADOR, uma enorme escultura em bronze feita por João Batista Ferri. No topo de um pedestal, o 'Índio Caçador", agachado, segura firme a sua flecha e olha para o verde exuberante da Praça da República, onde se destaca uma palmeira imperial. É tudo muito emocionante que o índio pode parecer de carne e osso.

A maior escultura que há em São Paulo é o MONUMENTO ÀS BANDEIRAS, feita por Victor Brecheret e se encontra no Parque do Ibirapuera. A genialidade de Brecheret expressou em pedras toda a importância eo drama dos índios aprisionados pelos bandeirantes nos sertôes do Brasil.  O Monumento às Bandeiras é um dos cartões postais de São Paulo. Na estação Santa Cecília do metrô há um belo painel em homenagem aos índios.

Homenagem musical

Por volta de 1996 um grupo musical de Parintins - AM conquistou a França e voltou consagrado ao Brasil. A Banda Carrapicho mostrou para a Europa eo Brasil a beleza e também o drama dos povos indígenas. Todo mundo lembra da música Tic- tic-tac. Uma canção bela e muito penosa do Carrapicho se chama Unankiê, confira a letra:

CARRAPICHO

Unankiê

Letra: Ronaldo Barbosa

Unankiê, unankiê, unankiê, ê, ê ,hê Unankiê, unankiê, unankiê, ê, ê, hê, ô, ô, ô Meu rio chorando de dor/ Num clamor quase mudo/ Ferido no leito pelo branco invasor/ A mata em silêncio reclama/ A terra ferida no ventre/ Desnudaram teu chão/ A cobiça rompeu, no seio da selva/ E levaram o ouro que é teu/ Eo guerreiro da taba sagrada/ Guerreiro da tribo Tupy/ Banido da nação/ Sai sangrando da grande batalha/ Cai ferido no chão, ô, ô, ô/ Chora meu povo, chora minha terra/ Chora minha nação/ Chora o inca, chora parintintin, ô, ô, ô/ Ianomami lançaram suas flechas, à, há/ Ianomami seu grito de guerra/ Explode no ar, hei !/ Heiá, heiá, heiá, heiá, heiá.

Bumbalanço BMG, 1996

Acesse o site www. youtube.com. br e veja o clipe de Unankiê.

O dia do índio é comemorado em 19 de abril. Mas comemorar o quê?! Pelo menos o governo se empenha em projetos para salvar o índio da total extinção. O bandeirante Domingos Jorge Velho é famoso por dois feitos: foi ele quem capturou e matou Zumbi dos Palmares. As terras do Piauí foram descobertas também por Domingos Jorge Velho e a equipe de sua bandeira. Por outro lado também não devemos esquecer que devemos o gigantismo da extensão territorial do Brasil aos bandeirantes, eles que saiam para capturar índios e ao mesmo tempo iam conquistando terras e mais terras. A sofisticação da cultura européia está  presente em São Paulo, mesmo assim ela não apagou o brilho histórico envolvendo os nativos da terra chamado de índio. Esses nativos índios que têm a sua cultura,e, acima de tudo, são humanos como os europeus e seus descendentes. Os índios, assim como qualquer povo, tem o direito à sobrevivência.

Sobre o Colaborador:

Paulo Machado é um esperantinense que mora em São Paulo e é um colaborador deste portal.