28 de junho de 2010

Quadrilhas estilizadas praticamente extinguem as tradicionais

As quadrilhas de roupas remendadas, chapéu de palha, de passos marcados à base do som de sanfona, zabumba e triângulo está em extinção na região da grande Esperantina, e acredito que em todo nordeste. Em seu lugar, vem ganhando cada vez mais força a chamada quadrilha “estilizada”, que encheu de elementos um dos maiores símbolos do São João. As apresentações mais parecem desfiles carnavalescos, perdendo a essência da festa matuta. São usados cenários extravagantes, roupas luxuosas, músicas e temas próprios. Os anarriês,  alavantus, a ponte caiu e outros, foram substituídos por passos sincronizados, elaborados de maneira minuciosa pelos coreógrafos contratados a peso de ouro pelas comunidades. Nos concursos, são critérios de avaliação das quadrilhas: pontualidade, criatividade, evolução, adereços, figurino, repertório, entrada, saída, casamento e animação. Mais uma prova de que, com o passar dos anos, as quadrilhas estão cada vez mais parecidas com as escolas de samba e menos tradicionais.


Um coisa é certa: Cada vez mais as pessoas querem show. E a cultura vai se modificando para atender essa realidade. O certo é que quadrilha tradicional, hoje, só nos grupos de terceira idade. Neste XXI Festival de Folguedos de Esperantina vamos ver que levarão cenário próprio, com rodinhas, parecido com carros alegóricos. Cada grupo tem o seu tema, que não necessariamente tem a ver com o São João, e há até compositores só para fazer as músicas da quadrilha.

Eles se diferenciam dos outros “matutos” pelas roupas e coreografias. Apesar das mudanças que descaracterizam as quadrilhas, mas o futuro das quadrilhas será voltar às raízes nos próximos anos.

Origem - Quem vê a quadrilha como uma das danças mais populares no Brasil atual dificilmente imagina sua origem nos pomposos salões da nobreza europeia do século XVIII. Foi lá que ela se tornou conhecida e começou a adquirir o formato que possui hoje, antes de ser trazida para o Brasil, por volta de 1820, ainda durante o período da regência, através da elite herdeira da nobreza portuguesa.

A tradição, na verdade, desenvolveu-se a partir de danças folclóricas praticadas em zonas rurais da Inglaterra (a country dance, dança do interior) e da França, onde recebeu a denominação com a qual se tornaria conhecida (no original francês, quadrille) no mundo. Historiadores afirmam que o termo pode ter surgido do espanhol cuadrillo, que quer dizer “quadradinho”. Isso porque, no início, a dança era executada por quatro casais. Outros afirmam derivar do italiano squadra, para companhias de militares dispostas em quadrado.

No Brasil, a quadrilha foi logo deixando os palácios da nobreza e caindo no gosto da população, principalmente das regiões rurais, e ganhando associação com o período juninho. Assim, foi também incorporando novos passos, graças à criatividade do povo. Mas manteve sinais de sua origem, com os nomes dos movimentos associados a algum termo original francês: “anavantur” (avant tout, todos à frente), anarriê (derriére, para trás). Os termos são proclamados pelo marcador, pessoa que tem o papel de orientar os passos do grupo.

Fonte: grandebarras

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