4 de janeiro de 2011

ARTIGO: Um pen drive ou a mochila com rodinhas?

Por Albano Amorim.

Mês passado, enviei um email ao um amigo que foi eleito deputado federal, sugerindo que, ao assumir o mandato, provoque uma discussao sobre a utilização do livro digitalizado nas escolas públicas e privadas em todo o Pais. Imagino que a Lei deva atender ao tempo e o tempo digital é realidade.

O que chamou minha atenção para o tema, foi o peso da mochila que meu filho de 10 anos tem de carregar todos os dias para escola, cerca de 10 quilos e a maior parte desse volume é composta pelos livros didáticos e paradidáticos de utilização obrigatória na sala de aula. A mochila tem rodinhas para aliviar o peso, mas segundo ele, já nao é mais um bebê para utilizar mochila de rodinhas, “isso é pagar mico”. É nessas horas que voce se faz a pergunta que todos já fazem, porque nao trocar todos esses livros por um pen drive?, a economia já começaria no volume, e não precisaria mais comprar a mochila com rodinhas.

A discussao acerca da digitalização do conteúdo literário para utilização em larga escala, está dominando todos os setores, livreiros, autores, educadores e o proprio alunado, isso demonstra que definir e regrar sua utilização é urgente vez que a inovação tecnologica torna essa situação irreversível.

Em abril desse ano, em Sao Paulo, realizou-se 1º Congresso Internacional do Livro Digital, em conjunto, realizou-se também o 36º Encontro Nacional de Editores e Livreiros, todos discutem a nova era para o negócio da leitura no mundo. Apesar da preferência de grande parte dos leitores pelo livro físico como conhecemos hoje, ninguem discorda que uma nova geração que nasceu e vive na era digital precisa ser estimulada à boa leitura, portanto as boas fontes de informção, os livros, devem estar disponíveis nessa nova forma de linguagem.

Mas eu nao quero discorrer minha provocação em níveis cibernéticos, de leis e lucros não, prefiro voltar para a utilização do livro escolar digitalizado para eliminar a mochila com rodinhas. É possível que muitos sejam contra, argumentem que se queira banalizar a utilização do livro, além de favorecer à pirataria gerando prejuízos para autores, etc. Ora, se voltarmos no tempo, os monges copistas ficaram zangados com Gutemberg por ter inventado a máquina de imprimir, mas isso permitiu a mais pessoas terem acesso à leitura e quanto à pirataria, o livro impresso também sofre com isso, é corriqueiro alunos, intectuais de fotocópias, “xerocando” capítulos inteiros dentro das próprias escolas e universidades.

Os livros que hoje compramos para nossos filhos, muitos deles veem junto com os exercícios para responder, o que torna o livro inutilizado para outro aluno, quando vem em dois volumes, livro e caderno de questões, a escola nao aceita a reutilização do caderno, poque já vem respondido do ano passado. Na feira do livro usado, onde devia ser um espaço de troca, os vendedores lucram tal como nas livrarias, emfim, parece uma situação organizada mais para favorecer o consumo que a própria instrução.

O que solicitei no email, foi a elaboração de uma lei que obrigue as editoras que fornecem livros didáticos e paradidáticos a dispolizarem essas obras também de forma digitalizada, favorecendo sua utilização nos instrumentos como os computadores da escola ou de casa ou em lan house. Sei que a lei deve se pautar pela realidade de todos e servir para todos, é verdade que nem todos os alunos teem acesso ao computador, mas a lei também pode apressar e trazer agora para todos o que já realidade para muitos. Mesmo assim, nao acho que quero muito, vez que já existem experiencias como em Taboao da Serra em Sao Paulo, onde a própria lousa é digital e internet sempre é vista como aliada. Livrarias inteiras como a Gato Sabido que só comercializa livros para download e a obra chega a custar 30% menos que os livros convencionais. Repito, nao quero muito, só desejaria aliviar o fardo que meu filho carrega nas costas. Aposto que ele prefere um pen-drive à mochila, ainda que seja com rodinhas.

4 comentários:

  1. sabe que é mesmo,Albano?é bem mais prático, tô com voce!

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  2. Se os governantes quiserem isso podem acontecer....mas...!! será que eles querem?? isso teria algum retorno para os cofres publicos?
    certe vaz ouvi um estrangeiro naturalizado dizer: "o Brasil é atrasado 100 anos do meu país" ( olha que isso ja faz uns 20 anos)naquela epoca usar um pendrive em sala de aula já era uma velha realidade naquele país. para que o Brasil evolua é necessário boa vontade da parte dos governantes, els precisam deixar de pensar em um pequeno grupo e se voltar para a nação como todo, assim talves as coisas andem...

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  3. O Albano é assessor direto de Wellington Dias. Pode ser que ele use esta condição para se valer deste parlamentar e dê esta idéia a ele. Quem sabe, seremos beneficiados diretamente om essa idéia. O país só agradece!...

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  4. Cara usa tua amizade com o homem pra fazer algo de bom proponha isso a ele.deixe de pensar só em vc

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