26 de fevereiro de 2011

Piauí sai do 21º para o 5º lugar em suicídio entre jovens

O Piauí saiu do 21º lugar para o 5º em números de suicídios entre os jovens  de 15 e 24 anos. O crescimento alarmante foi registrado em um período de 10 anos e divulgado pelo Mapa da Violência, Jovens do Brasil, na última quinta-feira (24).

O levantamento foi feito pelo Ministério da Justiça e leva em consideração os números entre 1998 e 2008. Em números totais, a cada 100 mil habitantes, o Piauí passou do 22º lugar para o 5º, subindo 17 posições em um ranking muito triste. No ranking de suicídio entre os jovens o Estado subiu 16 posições.

Segundo o próprio relatório do Ministério da Justiça o dado é preocupante e chama muita atenção para um problema que já vitimou muitos jovens e assolou várias famílias no Piauí. De acordo com os números o Piauí ficou entre os três estados do Nordeste que registraram um crescimento tido como “alarmante em apenas 10 anos”. Quando se analisa o Brasil como um todo o Piauí e o Amapá foram os estados que registraram um forte crescimento no número de suicidas jovens de uma década para outra.

Na última semana foram registrados três suicídios em Teresina. As vítimas foram um estudante de psicologia, um capitão da Polícia Militar e um presidiário. Em 2006 um estudo da Organização Mundial de Saúde revelou que a cidade de Teresina tem o maior índice de suicídios entre mulheres no Brasil. Já o relatório do Ministério da Justiça mostrou que os jovens do sexo masculino são as maiores vítimas do suicídio. Entre os jovens de 15 e 24 anos foram 67 suicídios entre homens e 12 entre mulheres, ou seja, 84% dos suicídios da década ocorreram entre os jovens do sexo masculino. Em 2008 de um total de 222 suicídios, 156 foram homens e entre estes 33 eram jovens que tinham entre 15 e 24 anos. Somente em Teresina, no ano de 2008, foram 49 suicídios entre homens e 28 de mulheres.

Psicólogo Renato Mendes
Especialista diz que pequenos sinais podem mostrar tendência suicida

Por que as pessoas se matam? Por que jovens com futuro promissor preferem deixar de viver? São inúmeras as causas e até mesmo os maiores especialistas da área da psicologia ainda não desvendaram os reais motivos que levam alguém a cometer o suicídio, Há sinais e forma de identificar o problema? Como pais, amigos e familiares podem ajudar ou perceber que uma pessoa pode cometer o suicídio? Que situações mais comuns levam a tal ato?

De acordo com o psicólogo Renato Mendes não há pesquisa científica que possa responder de maneira satisfatória porque jovens cometem tal ato. Ele cita a inversão de valores e o afastamento da família e de Deus como algumas das causas de problemas que podem levar alguém a cometer suicídio. “Não conseguiremos identificar a principal causa, o que conseguiremos concluir é que os jovens atualmente estão mais distantes de Deus, aqui me referindo a alguma força suprema, a inversão de valores; a inversão de papeis; infidelidade; busca constante pela felicidade e a falta de amor próprio; vícios; álcool e outras drogas, enfim, passaríamos o dia inteiro tentando entender o que leva uma pessoa a cometer suicídio e não chegaríamos a lugar algum”, afirma.

Segundo ele há sinais muito sutis que merecem uma observação mais apurada de um profissional de forma a identificar a veracidade e a profundidade de um problema. “A participação de pais, amigos e familiares é de fundamental importância principalmente para observar a mudança repentina de comportamento, de hábitos diários, variação de humor, isolamento social”, explica. Ele afirma, no entanto que essas observações podem não ser motivo que levem ao suicídio, mas merecem cuidados e atenção para verificar a existência de um possível problema que modifique o seu comportamento.

Jovens se aproveitam do excesso de liberdades

Renato Mendes explica que no caso os jovens estão em um grupo que se tornam mais suscetíveis ao suicídio, visto que os mesmos ainda tem uma sensação de liberdade, permissividade e descontentamento da vida de modo geral. “Há quem diga que essa seja a fase, dentro do desenvolvimento humano, como a do descontentamento e desencanto, por conta disso, na grande maioria das vezes, optam por um solução mais radical”, explica.

Segundo ele os jovens consideram seus pensamentos os mais corretos e nada temem, sendo assim eles aproveitam as situações e o excesso de liberdade que é dado pelos familiares, para tentar justificar os seus atos. “Outro ponto muito comum que ouvimos nos consultórios são que não são ouvidos e quando acontecem são mal interpretados e isso acontece principalmente pela imposição de regras dos pais. Como afirmei o diálogo e entendimento ainda são os recursos mais preciosos para conquistar a confiança e para o entendimento de seres ativos e pensantes”, finaliza.

Fonte: GP1

Um comentário:

  1. Isto é muito triste!!!

    Ainda hoje, apos quase 7 anos que passei por uma tristeza dessa forma, eu vivo sempre esse presente isolador da morte de meu irmão "Klenylson", isto é sem explicação e espero que todos que ver este comentário sempre esteja no ponto de escultar seus filhos e seus irmãos, "desabafe sempre com alguem e esculte sempre alguem".

    Parabéns pela materia!!!

    Abraços a todos...Kleiton Carvalho

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