29 de março de 2010

80 jornalistas foram assassinados no mundo em 2009

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) informou hoje (25) que apenas no ano passado o órgão condenou publicamente a morte violenta de 78 jornalistas. De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas, 2009 foi um dos anos “mais sangrentos” da história recente.

As Filipinas, onde ocorreram 37 mortes, lideram o ranking da violência contra profissionais de imprensa. Em seguida vem o Iraque, que registrou 15 assassinatos. Na América Latina, o México teve 13 mortes confirmadas em apenas um ano.

quarta-feira (25) a Unesco condenou os ataques a jornalistas ocorridos em Honduras – houve três assassinatos em um mês – e no México – onde só no ano passado 13 profissionais de imprensa morreram durante o trabalho de apuração relativo aos grupos guerrilheiros que atuam na região.

Os dados da Unesco mostram que, em geral, as ameaças e mortes ocorrem em países em que não há conflitos armados. A maior parte dos crimes, de acordo com o organismo, tem relação direta com o tráfico de droga, a violação de direitos humanos e a corrupção.

Em 2008 e 2009, 125 jornalistas foram assassinados. Nos dois anos anteriores, 122 profissionais de imprensa morreram. As vítimas, em geral, são homens (95%) e profissionais locais que lidam com temas próximos à população. Há poucas referências sobre mortes de correspondentes estrangeiros.

O Brasil não é mencionado no relatório divulgado hoje. Mas no país um dos casos emblemáticos de violência contra profissionais de imprensa ocorreu em 2002. O episódio provocou a morte do jornalista Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, conhecido como Tim Lopes, de 52 anos. Mas diariamente jornalistas são agredidos fisica e moralmente, além de ameaçados, estorquidos e intimidados, inclusive, por policiais que não se alinham aos editoriais do jornalismo investigativo, que é o que mais traz retorno de informações não maculadas para a sociedade.

Funcionário da TV Globo, Tim Lopes era um desses que apurava uma denúncia sobre a ação de traficantes na Vila Cruzeiro, no subúrbio do Rio de Janeiro, quando foi rendido. Antes de matar o jornalista, os traficantes promoveram seu julgamento. Investigações policiais mostraram que ele foi torturado antes de morrer e levou golpes de espada. O corpo foi queimado.

A Federação Internacional de Jornalistas editou um manual de segurança destinado aos profissionais que lidam com temas considerados de risco. O Portal Luzilândia.com recebeu, ontem, um destes manuais em PDF. O sinal de alerta foi acionado em todo o mundo. A profissão passou a ser de altíssimo risco. A entidade também criou um Fundo de Solidariedade, que tem o objetivo de manter um caixa fixo para dar apoio aos jornalistas que são ameaçados pelo tipo de trabalham que realizam.

A grande novidade é um sistema especial criado onde se registram nomes dos principais suspeitos de cometeram ilícitos contra os profissionais da comunicação, com a devida justificativa e o apontamento do que são capazes de praticar. A lista é internacional e inclui dados e fotografias dos ameaçadores e intimidadores e criminosos de fato. É uma forma de defesa, pois mesmo que aconteça sinistros mais violentos o sistema já induz, através do perfil alimentado constantemente com informações pelo jornalista, quem seria capaz de realizar o ato e. assim, se chegar ao autor.  O sistema funciona como o Infoseg, com informações de perfil social do indivíduo assim como o cadastro de cada ameaça, agressão, intimidação, procedimento ou processo que visa frear a atuação profissional.

Com apoio da Unesco, a federação comanda uma campanha mundial para que os países onde há o maior número de ataques a jornalistas se comprometam de maneira concreta a combater a impunidade e a insegurança.

Fonte: Agência Brasil

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