
Conhecida como uma família de poetas, os Castelo Branco traziam poesia no sangue, legando-nos três gerações sucessivas, três nomes imortais: Leonardo da Senhora das Dores Castelo Branco, pai de Teodoro e avô de Hermínio Castelo Branco.
Três gerações de poetas de uma mesma família, Leonardo, com sua obra poética científica, “A Criação Universal” e outros inscritos, Teodoro tornou-se o poeta caçador com suas poesias bucólicas de “A Harpa do Caçador” e a poesia sertaneja de Hermínio, em sua “A Lira Sertaneja”. São três gerações de poetas, pai, filho e neto, que elaboraram poesias de estilo diferente embora sendo tão próximo um dos outro, entre eles nenhuma influência foi exercida.
O solar da família era a famosa, rica e conhecida Casa da Limpeza, situada na data Boa Esperança. O elemento cultural provinha de Miguel Carvalho e Silva, natural da Bahia e ali educado em colégio jesuíta e que obteve por sesmaria o Sitio da Boa Esperança a 13 de julho de 1739. Foi casado com Ana Rosa Clara Castelo Branco, pai de Leonardo, herói da independência do Piauí, uma das primeiras grandes figuras da literatura piauiense e casado com Judith da Mãe de Deus Castelo Branco. Era irmão de Mariano, Simplicio, Raimundo e Miguel de Carvalho Castelo Branco, sendo este último o pai de Hermínio, o imortal autor de “A Lira Sertaneja”.
Leonardo recebeu instrução primária transmitida pelo pai, mas devido a vida irregular que levou, em decorrência das agitações políticas e prisões em que foi envolvido, pouco oportunidade teve de transmitir estas instruções a Teodoro. Quanto a Hermínio, que não conheceu os dias de fartura da família, este não estranhou o desconforto e o léu das coisas em que foi criado. Afeiçoou-se aos caboclos, vaqueiros e lavradores, assimilando-lhes a linguagem, os costumes, os pudores, as cismas e as crenças.
Meus trabalhos de pesquisas iniciaram-se em 1986, quando ainda cursava o secundário, oportunidade em que tive acesso aos trabalhos do historiador Antonio Sampaio. Empolguei-me pela historiografia e durante anos colhi material sobre a família castelo branco, até descobrir que minha bisavó Filinta Maria Castelo Branco, era neta de Leonardo das Dores. Fato que veio aguçar mais ainda meu entusiasmo, li muitos autores piauiense, como Clodoaldo Freitas, Miguel Borges, João Pinheiro, Pereira da Costa, Odilon Nunes, Mons. Chaves, até forma uma biblioteca com centenas de livros interessantes sobre a história do Piauí e reunir uma gama de fato sobre o envolvimento desta família nas agitações da província.
Em minhas pesquisas, conversei com meus familiares, pessoas idosas a procura de informações, infelizmente, como diz o próprio Leonardo, também vim ao mundo demasiadamente tarde para resgatar a vida e a obra desta ilustre família. Dos familiares poucos sobrevivem os que sabiam contar algo relacionado às peripécias por eles vividas. Minha bisavó ao falecer, deixou rico material que se destruiu em um incêndio na casa de meu avô. O material deixado em posse do senhor Francisco Lustosa de Castro, meu bisavô, foi repassado a pesquisadores e curiosos, ficando disperso.
De concreto nos resta apenas a Fazenda Olho D’água, que conta um pouco da família Castelo Branco, hoje como Patrimônio Cultural do Estado do Piauí.
Estou elaborando um trabalho genealógico e critico sobre os poetas da família Castelo Branco, ligados a colonização do município de Esperantina, tentando resgatar as suas obras e encontrar seus descendentes.
Aos poucos estamos resgatando as suas obras, graças ao empenho, do poeta Paulo Machado, com quem conseguimos A Criação Universal, as três edições de O Ímpio Confundido e as duas edições de O Santíssimo Milagre.
Foi num alfarrabista em Lisboa, que o Dr. José Pinto de Castelo Branco, encontrou um retrato de Leonardo, em bico de pena com data de 1843.
A historiadora Teresinha de Queiroz encontrou na Biblioteca Municipal de São Paulo, a obra de Teodoro, A Harpa do Caçador, cujo livro organizado por Celso Pinheiro Filho, foi reeditado pela Fundação Cultural Mons. Chaves, graças as aos meus insistentes pedidos de sua reedição.
Já a “A Criação Universal” o Departamento de Letras da Universidade Federal do Piauí, a anos vem prometendo reeditá-lo dentro do projeto reviver.
Quanto a “A Lira Sertajeja”, esta já teve onze edições, a última feita em 1988, pela Academia Piauiense de Letras, sendo o maior livro de literatura regional piauiense.
Recentemente, a Biblioteca Nacional de Lisboa, digitalizou e disponibilizou ao público, a obra O Ímpio Confundido de Leonardo, as duas edições, podendo agora todos quantos desejar ter acesso a obra.
Interessados em integrar a genealogia e encontrar sua descendência entrar em contato com o organizador através do e-mail: valdemirmirandacastro@bol.com.br.
VALDEMIR MIRANDA DE CASTRO
Licenciado em Letras Português pela UESPI.
Especialista em Metodologia de Ensino pela AESPI
Bacharel em Direito pela Faculdade Santo Agostinho
Estudante de Pós Graduação em Ciências Criminais no CEUT.